Você sabe o que é Febre Mayaro?
Esta doença que pode ser qualificada como IRMÃ GÊMEA da Chikungunya, foi descrita pela primeira vez em Trinidad, em 1954, ao contrário da Chikungunya que é sabidamente originaria da ÁFRICA. Contudo ambas pertencem a mesma família de vírus e se relacionam geneticamente. O primeiro surto no Brasil ocorreu em 1955, as margens do rio Guamá, no Pará. Desde então, já foram notificados casos em toda a região da Amazônia e no Centro Oeste do Pais.
O vírus Mayaro compartilha o mesmo quadro clinico, com febre, dor articular intensa que pode se cronificar, e o vermelhão no corpo. A diferença entre estas duas doenças só pode ser feita com certeza através do exame de Sorologia. Se você teve um quadro de inflamação intensa recente, que precisou de atenção médica, e do qual você não parece FICAR BOM DE VEZ, procure um médico pois você pode ter Febre Mayaro.
O vírus Mayaro foi isolado em lagartos, primatas não humanos (PNH) e aves migratórias nos Estados Unidos. Foram detectados anticorpos em primatas, xenarthras (preguiças, tamanduás e tatus), marsupiais, roedores, carnívoros e aves. O ciclo de transmissão é semelhante ao da Febre Amarela, no qual os PNH atuam como hospedeiros principais e mosquitos silvestres (culicídeos) atuam como vetores, principalmente aqueles da espécie Haemagogusjanthinomys (considerado vetor primário), embora a participação de outras espécies (vertebrados e invertebrados) careça de mais estudos para ser compreendida. Assim como a febre amarela, a doença pelo vírus Mayaro é considerada uma zoonose silvestre e, portanto, de impossível eliminação.
O homem é considerado um hospedeiro acidental, quando invade o habitat natural de hospedeiros, reservatórios e vetores silvestres, infectados. Em estudos de laboratório foi demonstrada competência de vetores urbanos (incluindo o Aedes aegypti) em transmitir o vírus. Nos espaços urbanos o homem poderia atuar como hospedeiro principal num ciclo homem-mosquito-homem, o que torna o vírus Mayaro uma potencial ameaça à saúde pública.