A Importância do Treinamento de Força na Terceira Idade
Caríssimos, vamos continuar nossas conversas em relação à atividade física. Neste mês, falaremos da importância e benefícios do treinamento de força na terceira idade. Inicialmente, chamado de exercício resistido, possuía como objetivo o ganho de força e melhoria nos padrões estéticos.
Oriundos de longa data, um pequeno número de atletas realizava os treinamentos com pesos, entre aqueles os levantadores de pesos olímpicos e culturistas, pois era fundamental a cada competição aumentar suas performances.
Como mencionado em artigo anterior, os tempos modernos com sua rotina, com as dependências do capitalismo, os computadores e a alimentação rápida (fast food), que nos dificulta o consumo de alimentos saudáveis, cooperam para que a cada dia nos tornemos mais e mais sedentários.
Nesse panorama de uma qualidade de vida cada vez mais deteriorada, em nossa prática clinica diária nos deparamos com o crescente número de pacientes portadores de hipertensão, osteoartrite, osteoporose, diabetes, muitas vezes associados à obesidade e sedentarismo.
Clinicamente, sabemos que as doenças crônico-degenerativas aparecem com mais frequência em pessoas com 60 anos ou em alguns casos até mesmo antes.
A partir dos 40 anos pode ser observado um ganho de peso corporal, no entanto a partir dos 70 anos nota-se uma considerável redução, atribuída à perda de massa muscular.
Surgem alterações músculo-esqueléticas causadas, principalmente, pela diminuição de fibras musculares que ocasionam a redução de força muscular.
Essas alterações, na maioria das vezes, levam a um sentimento de velhice e podem ocasionar depressão e isolamento social.
Acredita-se que a inatividade física está ligada ao envelhecimento por um descondicionamento do organismo, acarretando uma fragilidade músculo- esquelética.
Um treinamento de força se faz necessário na terceira idade, a fim de que a sarcopenia seja atenuada, impedindo ou até mesmo reduzindo uma perda acentuada de força,
Com o aumento da expectativa de vida, países em desenvolvimento como o Brasil sentem cada vez mais o envelhecimento populacional.
O investimento nesse treinamento deve ser prioridade e feito de forma regular e eficiente.
Uma melhor qualidade de vida é direito dessa população de idade mais avançada, não se pode entender o aumento da expectativa de vida sem que na mesma proporção cresça a qualidade.
O planejamento do treinamento resistido deve ser estruturado buscando minimizar essas perdas e consequentemente melhorar as atividades da vida diária dessa população.
Para isto, tal procedimento deve abranger a força de resistência, a força máxima e a potência muscular, alvo deve ser o aumento da saúde que possibilitará a independência funcional dos idosos.
Os benefícios do treinamento resistido são claramente percebidos, entre eles encontramos a prevenção da sarcopenia, da osteoporose, a melhora do equilíbrio e da marcha, a prevenção de quedas e fraturas, o aumento do bem-estar físico e mental e a melhora na autonomia funcional.
De olho no futuro, pessoas com idade acima de 40 anos estão muito preocupadas com a qualidade de vida e seguem o exemplo dos vovôs e vovós que já formam uma nova tribo nas academias de todo o país.
A ordem do dia continua sendo MEXAM-SE.
Não quis correr? Não comprou o quimono? Não observou os surfistas? Então também não deixe a vida passar sem se exercitar...
Autora: Dra. Sandra Martins