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Leflunomida usada durante a gestação e o risco de efeitos adversos

A Leflunomida é uma droga modificadora da atividade de doença reumática (DMARD) usada no tratamento de Artrite Reumatóide (AR) em atividade e conhecida por ser tóxica ao embrião e teratogênica em roedores, no entanto com menos evidências em humanos. Ainda assim esta droga é classificada pela agência estadunidense Food and Drug Administration (FDA), que controla o setor, como categoria X na gravidez. Os autores do estudo consideraram o risco de malformação congênita grave (MCG), prematuridade, baixo peso ao nascer (BPN) e aborto espontâneo associado à exposição à Leflunomida durante a gestação em humanos.

O estudo avaliou uma coorte de 289.688 gestações em Montreal, Quebec, Canadá, de 1998 até 2015, a exposição à Leflunomida no primeiro trimestre e outras exposições a drogas anti-reumáticas foram estudadas por sua associação à MCG e abortos espontâneos. A exposição à Leflunomida no segundo e terceiros trimestres também foram analisadas para associações com prematuridade e BPN.

Em 51 casos, gestantes foram expostas à Leflunomida no primeiro trimestre e em outras 21 gestações a exposição se deu no segundo ou terceiro trimestres. O resultado encontrado foi que o uso de Leflunomida durante o primeiro trimestre de gestação não evidenciou aumento do risco de MCG. Também não foi evidenciada associação entre exposição do segundo e terceiro trimestre à Leflunomida e o risco de prematuridade, nem BPN. Esta exposição também não foi associada ao risco de aborto espontâneo.

Os autores chegaram à conclusão que a exposição materna à Leflunomida, durante sua gestação, não foi associada com aumento estatisticamente significativo do risco de MCG, prematuridade, BPN ou abortos espontâneos. Ainda assim deixam claro que a cautela deve permanecer, dado que, nesta coorte, relativamente poucas mulheres foram expostas à Leflunomida durante a gravidez. Portanto, novos estudos são necessários para confirmar estes achados.

Autor: Dr. Carlos P. Capistrano Reumatologista da SRRJ Referência: Bérard A, et al. Ann Rheum Dis 2018;77:500-509. doi: 10. 1136/annrheumdis-2017-212078