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Dúvidas de Pacientes

O paciente quer saber: “se eu tomar a vacina da gripe, posso ficar gripado?”

Uma das frases que mais ouvimos por aí é a seguinte: “não vou tomar a vacina da gripe porque ano passado eu tomei e logo depois fiquei muito resfriado”.


Isso de fato pode acontecer, mas não é porque a vacina causou a gripe, mas porque geralmente o paciente entrou em contato com o vírus no ambiente antes de se vacinar.


A primeira coisa a se saber é que a vacina da gripe é produzida com partículas dos principais vírus da gripe circulantes no país. Por conter fragmentos “mortos” do agente infeccioso, não há qualquer risco de a injeção causar a doença.


Após entrar em contato com o composto da vacina, o nosso sistema imunológico vai começar a produzir os anticorpos específicos. Dessa forma, quando um vírus presente no ambiente chegar ao nosso organismo, ele já vai estar com todas as defesas preparadas, e os estragos causados pela gripe serão bem menores.


Essa cronologia também nos ajuda a entender por que tomar a vacina em um dia e ficar gripado no dia seguinte não faz sentido. Para que as defesas sejam formadas adequadamente, e a vacina “fazer efeito”, leva em torno de 10 a 15 dias. Da mesma forma leva um tempo entre o primeiro contato com o vírus da doença e o aparecimento dos sintomas da gripe (é o que chamamos de período de incubação).


Para isso, como o vírus da gripe começa a aumentar a circulação aqui no Brasil a partir de maio e junho, recomenda-se que a vacinação seja feita antes desse período.


Como toda vacina, no entanto, ela não tem 100% de eficácia, e sim, você pode ficar gripado mesmo tendo tomado a vacina, mas a frequência será bem menor, e com menor gravidade.


Mitos e notícias falsas sobre as vacinas contribuíram muito para a redução das taxas de vacinação contra a gripe no Brasil, e só quem tem a perder com isso é a própria população. Procure o posto de saúde, tire dúvidas com o seu médico, e só compartilhe notícias de fontes sérias. A informação é a nossa melhor defesa! (depois da vacina, é claro).

Autora: Dra. Ingrid Bandeira Moss
Reumatologista da SRRJ