Blog

Papel das intervenções dietéticas na atividade da artrite reumatoide: uma revisão sistemática

Autor: Marcelo S. Pacheco Diretor Científico da SRRJ biênio 2021 – 2022

INTRODUÇÃO:

A artrite reumatoide constitui uma das causas mais comuns de inflamação articular nos adultos. Embora haja plausibilidade biológica sobre o papel das dietas adotadas pelos pacientes no controle da doença, não encontramos nas diretrizes brasileiras e internacionais nenhuma recomendação relativa a este tema.

MÉTODO:

Realizamos uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados para responder à pergunta: “pacientes com artrite reumatoide expostos a intervenções dietéticas específicas apresentam melhor controle da atividade da doença do que os pacientes submetidos apenas ao tratamento convencional?” O protocolo desta revisão foi previamente registrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (CRD42019120635). Foram feitas buscas em três bases eletrônicas e na literatura cinzenta. A seleção e extração dos ensaios foi realizada por cinco pares independentes de revisores.

RESULTADOS:

De um total inicial de 4709 registros, permaneceram no final 24 ensaios que foram avaliados quanto ao risco de viés, com o instrumento Cochrane Risk of Bias Tool (RoB). Os tipos de intervenção encontrados em ordem decrescente de número de ensaios por tipo de intervenção foram: “Outras intervenções alimentares/ suplementações” (doze ensaios), “Intervenções com ômega-3 através dos óleos de peixe e óleos marinhos” (cinco ensaios), “Intervenções com prebióticos e probióticos” (cinco ensaios) e “Intervenções com dietas específicas” (dois ensaios).

CONCLUSÃO:

Alguns ensaios de curta duração com probióticos se mostraram eficazes na redução da atividade da artrite reumatoide. Esse grupo apresentou um risco incerto de viés. O uso de suplementação com ômega-3 parece ser eficaz como adjuvante no tratamento da artrite reumatoide, ainda que a maioria dos ensaios clínicos selecionados nesta revisão apresentem riscos elevados de viés.

Ensaios isolados, porém, com menor risco de viés favoreceram o uso de suplementação com quercetina, pó de gengibre, cápsulas de canela em pó e cápsulas de rosa mosqueta em pó.

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Infectologia (INI) Evandro Chagas/Fiocruz para obtenção do título de Mestre em Ciências

Orientador: Carlos Augusto Ferreira de Andrade

Coorientadora: Daniele Masterson Tavares Pereira Ferreira

Defendida e aprovada dia 24/11/2020

 

Autor: Marcelo S. Pacheco

Diretor Científico da SRRJ biênio 2021 – 2022