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Surfando pelo RJ, nas ondas do XXXV SBR

Caríssimos, em mais uma etapa de nossa caminhada pelo mundo dos esportes, desta vez falaremos de um esporte que leva seus praticantes ao maior cartão-postal dos cariocas: a praia.

A história do surfe no Brasil é de longa data. O início foi em 1938, quando um grupo de amigos em Santos, resolveu construir a primeira prancha de surfe de que se tem registro no país.

Se comparada às que hoje são usadas, mais parecia um barco, pois possuía quase 4m de comprimento e pesava aproximadamente 80 kg, esta construção se deu com base nas informações contidas na revista americana “Popular Mechanics”.

No Rio de Janeiro, por volta da década de 50 começaram a aparecer os primeiros adeptos do novo esporte, que chegara timidamente, porém em um breve futuro se tornaria, depois do futebol uma das maiores paixões dos cariocas.

Na praia de Copacabana, esses jovens, longe da tecnologia que hoje envolve a construção de uma prancha, audaciosos e corajosos usavam madeirite¹ para descer e deslizar sobre as ondas.

Paulo Preguiça, Jorge Paulo Lehman e Irencyr Beltrão formavam a tropa pioneira e até hoje são lembrados como os dinossauros do surfe carioca.

Com a chegada dos anos 60, junto encontramos a primeira revolução no esporte que já não mais era novidade, o madeirite cede lugar às modernas pranchas de fibra de vidro que mais leves e ágeis começam a chegar ao país oriundas da Califórnia.

E nas ondas Arpoador surge o primeiro destaque do surfe brasileiro, Arduino Colassanti, que com a ajuda do sucesso sobre a prancha acabou protagonizando filmes e namorando famosas atrizes da época.

Com essa explosão do surfe, a moda passou a ser shapear² a própria prancha.

Não demoraria, desta forma, chegar ao surfe a visão profissional; assim a partir da década de 70, o surfe carioca dominou o mundo com as vitórias expressivas de Pedro Paulo Lopes, o Pepê, hoje eternizado em uma faixa de praia no posto 2 da Barra da Tijuca.

A presença de cariocas no Circuito Mundial passa a ser rotina e o Brasil vira celeiro de campeões, inclusive com o maior número de atletas no cenário internacional.

O surfe hoje é de domínio nacional, tanto que o jovem surfista paulista  Gabriel Medina, campeão mundial em 2014, aos 20 anos, fez questão de afirmar que nunca teria chegado ao ápice se não tivessem existido os Legends cariocas para abrir a porta dos brasileiros no Circuito Mundial.

O surfe brasileiro está no seu melhor momento, com muitos jovens talentos a emergir, e vários atletas a competir com a elite mundial.

Com toda certeza esses frutos vitoriosos são oriundos das sementes plantadas no Rio de Janeiro nos distantes anos 50, que começaram a fincar pelas praias do mundo a bandeira brasileira em forma de prancha.

Lembrem-se, a ordem do dia sempre será MEXAM-SE...

Se não quis correr...

Não comprou o kimono...

Que tal arriscar uma caminhada pelos 18 km de praias do Rio de Janeiro e contemplar nossos jovens deslizando sobre as ondas?

Glossário

1. compensado;

2. projetar, modelar, construir.

Autora: Dra. Sandra Martins