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Ultrassonografia de punho e mão na Síndrome de Sjögren: estudo caso – controle

Os autores desse trabalho brasileiro avaliaram a relevância clínica dos achados de ultrassonografia de alta resolução (US) de mão e punho e sua associação com a presença de anticorpos anti-peptídeo citrulinado (anti-CCP) na síndrome de Sjögren primária (SSP).

Foram selecionados 97 pacientes com SSP (que não preenchiam critérios para diagnóstico de artrite reumatoide – AR), e comparados com 2 grupos controle: 20 pacientes com AR (ACR/EULAR, 2010) e 80 indivíduos saudáveis ​​com idade, gênero e etnia comparáveis.

            ​​A frequência de sinovite grave (grau 3), tenossinovite e erosões foi maior em pacientes com SSP do que em controles saudáveis (sinovite: 9,3 vs. 0%, p = 0,004; tenossinovite: 36,1 vs. 3,8%, p <0,001; erosões: 27,8 vs. 7,5%, p = 0,001). A maioria dos pacientes com SSP com erosões na US (81,5%) apresentou anti-CCP, e títulos ≥ 3 × valor de corte foram associados à presença de erosões (p = 0,026). As erosões na SSP eram principalmente de tamanho pequeno, contrastando com tamanho moderado / grande na AR (p <0,001), e sinovite com doppler positivo predominou no grupo com artrite reumatoide (p <0,001). Sinovite e tenossinovite foram correlacionados com o Índice de Atividade de Doença da Síndrome de Sjögren da EULAR (ESSDAI).

Os autores concluem que a associação entre erosões ósseas e anti-CCP (títulos elevados) possivelmente identifica um subgrupo de pacientes com SSP e artrite grave, e sugerem a ultrassonografia como um método útil para avaliar esse envolvimento.

Referência: Guedes LKN, Leon EP, Bocate TS, et al. Clinical Rheumatology 2020. https://doi.org/10.1007/s10067-020-04983-y