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Atividade de doença durante e após a gestação em mulheres com espondiloartrite axial: um estudo prospectivo multicêntrico

Espondiloartrite é um termo utilizado para determinar um grupo de doenças caracterizadas por inflamação vertebral, entesite, artrite e dactilite. A espondiloartrite axial (axSpA), onde existe envolvimento da coluna, consiste em axSpA radiográfica (r-axSpA) com sacroiliíte estabelecida na radiografia, e axSpa não radiográfica (nr-axSpa). Tradicionalmente vista como uma doença que afeta os homens, a relação entre os sexos após a introdução do conceito de nr-axSpA, é de apenas 2-3:1 em favor do sexo masculino. O início da doença ocorre de maneira mais comum entre os 20 e 30 anos de idade, justamente no período de idade fértil das mulheres, e, portanto, podendo afetar uma possível gestação. Este estudo objetivou estudar a atividade da doença em mulheres com axSpa durante a após a gestação.

O estudo incluiu 179 gestações em 166 mulheres com axSpA de um registro nacional norueguês. A atividade de doença foi avaliada em sete momentos antes, durante e após a gestação com o DAS BASDAI. As pontuações avaliadas em cada momento foram analisadas em um modelo linear misto. O mesmo método estatístico foi utilizado para estudar o funcionamento físico auto-referido, a dor e a saúde mental.

Ao todo, a atividade de doença foi estável durante todo o período do estudo. Os autores encontraram a maior atividade de doença, e a pior dor auto-referida, no segundo trimestre, quando 45% das mulheres tinha doença ativa. Neste momento a atividade de doença foi significativamente maior do que nas 6 semanas de pós-parto. A saúde mental auto-referida também foi estável, mas significativamente melhor nas 6 semanas após o parto do que no primeiro trimestre. Já o funcionamento físico foi significativamente pior no terceiro trimestre do que no pós-parto.

Os autores chegaram à conclusão que, ao estudar as mulheres com axSpA, a atividade de doença foi maior no segundo trimestre, mas completamente baixa e estável no período entre o planejamento da gestação e um ano após o parto.

Referência: Ursin K et al. Rheumatology 2018;57:1064-1071

Autor: Dr. Carlos P. Capistrano

Reumatologista da SRRJ