Em tempos de Covid…
Olá, amigo reumatologista
O advento da Covid-19 impactou profundamente nossas vidas, e um dos setores mais afetados foi o mercado de turismo. Completamos 8 meses desde que o primeiro caso foi confirmado no país e, lamentavelmente, ainda estamos longe de uma solução efetiva para conter a pandemia. Neste contexto, venho hoje trazer algumas informações relevantes do setor, para tentar dar um panorama do cenário das viagens nos próximos meses.
Em pesquisa recente aqui no Brasil, 40% dos entrevistados declararam estar dispostos a viajar antes de agosto de 2021, ou seja, no período de um ano. Foi praticamente unânime a preocupação com a possibilidade de contaminação pelo Covid-19 e ainda há muitas dúvidas em relação à eficácia das medidas de proteção. Isto nos faz refletir sobre a real necessidade de viajarmos, seja a trabalho ou lazer. Para tentar ajudá-lo nessa decisão, proponho abaixo algumas reflexões.
Em primeiro lugar, acredito que só voltaremos a uma normalização do processo de viagens quando tivermos uma vacina realmente efetiva e, logicamente, amplamente acessível. Podemos imaginar que seja criado uma espécie de passaporte biológico ou certificado nos mesmos moldes do que foi criado para atestar a vacina contra a febre amarela, o que regulará a circulação dos passageiros. Até lá, é bem provável que continuemos com as restrições atuais, que envolvem proibições, testes e quarentenas. Cada país está trabalhando com protocolos diferentes e isso dificulta muito qualquer planejamento, até porque tudo pode mudar de uma hora para outra. As companhias aéreas, cientes disso, já estão se mobilizando, e algumas permitem inclusive remarcações de bilhetes sem prazo determinado e sem custo.
Um outro detalhe de suma importância é a avaliação do real risco de contaminação em aviões. Mesmo com a utilização dos filtros HEPA, existem riscos relativos ao confinamento, especialmente pelo deslocamento dos passageiros pela aeronave, utilização dos banheiros e contágio por proximidade. Pela lógica, quanto mais longo o vôo, maior o risco. Além disso precisamos levar em conta o fluxo nos aeroportos, higienização ou não das bagagens despachadas e, naturalmente, a possibilidade de contaminação no destino, o que torna a contratação de seguro saúde com cobertura para Covid-19 essencial.
Diante dessa realidade, o mercado está voltado, atualmente, para viagens locais, preferencialmente de carro. O Brasil, hoje, é líder nas intenções de viagem, também pelo câmbio, com o dólar turismo beirando os R$ 6,00. Os hotéis e pousadas estão se reinventando, reduzindo a ocupação, implementando normas de segurança e higiene bem rígidas e, inclusive, limitando o acesso a certas áreas comuns, passíveis de aglomeração. Pelo mesmo motivo, aumentou enormemente a demanda por locações de casas e apartamentos de férias, o que garante maior isolamento para a família.
Na minha opinião profissional, cada um deve avaliar a real necessidade de viajar, seja a negócios ou a lazer. Pesar os riscos, considerar o fator idade e comorbidades nos membros da família e tomar a decisão. Viagens ao exterior em 2020 eu não recomendaria, salvo em casos de urgência, pois mesmo os países da América do Sul ainda possuem severas restrições de acesso. Sendo otimista, creio que no primeiro semestre de 2021 já teremos uma vacina eficaz. Resta saber como será a produção e distribuição, para que possamos ter, de fato, segurança nos deslocamentos. Decidiu viajar? Todos os cuidados básicos devem ser redobrados, tais como uso de máscaras, álcool gel e distanciamento social. Por isso mesmo, estão fortes os destinos de ecoturismo, onde os passeios a céu aberto permitem mais liberdade para a família. Afinal, depois de tanto tempo de confinamento, nada melhor que o contato com a natureza para repor nossas energias. Grande abraço!
Autor: Claudio Pacheco
Claudio Pacheco é sócio-diretor da Kind Tours, agência carioca especializada na criação de roteiros personalizados. A Kind presta todos os serviços turísticos, tais como pesquisa e monitoramento de tarifas aéreas, emissões nacionais e internacionais, curadoria de hotéis e restaurantes, aluguel de automóveis, venda de ingressos, assistência viagem e montagem de grupos temáticos enogastronômicos e esportivos. Atualmente é também a agência exclusiva da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro.
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