A superação do limite possui nome: PARALIMPÍADAS
Caríssimos, vamos continuar nossas conversas em relação à atividade física.
Desta vez, falaremos da importância da atividade física na superação dos próprios limites, formando vencedores e medalhistas na vida.
Discriminados pela sociedade e muitas vezes desmotivados pela própria condição existencial, deficientes físicos encontraram nas paraolimpíadas uma oportunidade para elevar a autoestima, além de provar a todos o valor que possuem como atletas e cidadãos.
As primeiras modalidades competitivas para deficientes surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra, em virtude do regresso de muitos soldados que voltavam para casa mutilados na Segunda Guerra Mundial.
As competições de Basquete em Cadeiras de Rodas, Atletismo e Natação surgiram nos Estados Unidos, por iniciativa da PVA (Paralyzed Veterans of América).
Na Inglaterra, por sua vez com o incentivo do neurologista e neurocirurgião alemão, Ludwig Guttmann, que cuidava de pacientes vítimas de lesão medular ou de amputações de membros inferiores, a prática desportiva dentro de hospitais teve início.
Com o sucesso dessas ideias, foram criados, a partir de 1952, os Jogos Desportivos de Stoke Mandeville que tiveram grande projeção e admiração no mundo desportivo.
Os Jogos de Mandeville do ano de 1960 foram se realizados em Roma, após as Olimpíadas, esta competição teve o apoio do Comitê Olímpico Italiano, e contou com a participação de 240 atletas de 23 países, nascendo aí os atuais Jogos Paraolímpicos.
Assim, a partir da XVI Olimpíada, realizada em Roma, em 1960, imediatamente após as Olimpíadas, as Paraolimpíadas ou os Jogos Paraolímpicos passariam a ser realizadas sempre nas mesmas instalações.
A fim de discutir regras e normas técnicas, foi criada a Federação Mundial de Veteranos.
As Paraolimpíadas são disputadas a cada quatro anos, divididas, na última edição, em 22 modalidades com atletas portadores de deficiências, divididos em categorias funcionais de acordo com a limitação de cada um, para que haja equilíbrio.
Com a divulgação dos Jogos Paraolímpicos aprendemos a admirar a performance de atletas em cadeira de rodas, no atletismo, no basquetebol, de atletas cegos seguindo uma bola com guizo no futebol e de atletas sem braços e pernas competindo na natação.
Sem quaisquer dúvidas a dimensão psíquica, física e social do esporte paraolímpico é muito significativa para os paratletas é fundamental a construção de um mundo verdadeiramente pluralista, que saiba respeitar e conviver com as diferenças sejam elas quais forem.
As pessoas com deficiências física e mental precisam de estímulo, demonstração de apoio, além de uma luta conjunta pela democratização das oportunidades de acesso para além do âmbito dos jogos, para que tenham uma existência cotidiana digna e feliz.
Contudo, a maior glória dos paratletas não está somente na conquista de medalhas e na própria competição, está sobretudo no exemplo que passam para pessoas que vivem estigmatizadas por suas deficiências físicas e mentais sem perspectivas em suas casas.
Mesmo quem não aspira ser atleta, pelo menos pode encontrar inspiração e coragem em acompanhar as notícias, onde termina se identificando com aqueles que superaram as inúmeras dificuldades com muita luta, coragem, persistência e dedicação por algum esporte.
Saber que há pessoas que apesar das dificuldades de toda ordem foram à luta e venceram no esporte, pode irradiar otimismo, levantar a auto-estima e reorientar as perspectivas em muita gente.
A ordem do dia continua sendo MEXAM-SE.
Não quis correr? Não comprou o quimono? Não observou os surfistas?
Não chegou à terceira idade?
Então siga os paratletas, dedique-se e apaixone-se por um esporte...
Autora: Dra. Sandra Martins