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Caso apresentado pela Dra. Luiza Catharina Brusasco Grandini, residente do Serviço de Reumatologia do HUCFF / UFRJ

Foto 1: lesões palmares eritematovioláceas

Mulher jovem com história de AIJ oligoarticular estendida há cerca de 30 anos apresentando mudança de apresentação clínica.

JSAF, sexo feminino, 32 anos, com diagnóstico desde os 3 anos de idade de AIJ (artrite idiopática juvenil) oligoarticular com uveíte anterior grave e FAN positivo; em uso de adalimumabe, vitamina D e carbonato de cálcio. Procura atendimento devido a edema de membros inferiores após perda de seguimento do acompanhamento ambulatorial, sendo observadas lesões cutâneas hiperpigmentadas nos membros inferiores que associava à aplicação local do adalimumabe (há 2 anos).

Apresentava também lesões em placa eritematovioláceas nas regiões palmoplantares (foto 1), com duração superior a 24h, associadas a queimação local além de edema no lábio superior recorrentes. Negava sintomas sistêmicos, alterações visuais ou artrite. Solicitados exames laboratoriais e orientado retorno ao ambulatório.

No retorno continuou apresentando hipertensão, além de proteinúria, piora da função renal, sedimentoscopia urinária alterada e hipocomplementenemia nos exames laboratoriais. Sorologias para HIV, hepatites B e C e VDRL não reagentes.

Foi encaminhada para internação, suspenso o adalimumabe e prescrita pulsoterapia com metilprednisolona.

Durante a internação foi avaliada pelos serviços de imunologia e dermatologia que sugeriram o diagnóstico de vasculite urticariforme. Realizada biópsia renal com evidência de glomerulonefrite crescêntica imunomediada e relacionada a doença autoimune ou medicamento.

Paciente recebe alta hospitalar em uso de micofenolato de mofetila 2g/dia, prednisona 40mg/dia, furosemida, espironolactona, enalapril, carbonato de cálcio e vitamina D para acompanhamento ambulatorial após as hipóteses diagnósticas de Síndrome de Vasculite Urticariforme Hipocomplementêmica / Lúpus Eritematoso Sistêmico.