Caso apresentando pela Dra. Juliana Murad Faria, residente do Serviço de Reumatologia do HUPE / UERJ
Paciente, 43 anos, feminino, com diagnóstico prévio de Lupus Eritematoso Sistêmico (alopecia, poliartrite inflamatória, rash malar e biópsia cutânea compatível) há 2 anos, inicialmente tratada com prednisona, hidroxicloroquina e posteriormente metotrexato devido à corticodependência.
Após um breve período de remissão de doença, apresentou reativação cutâneo-articular associada a dispneia aos moderados esforços e calafrios. Ao exame físico apresentava poliartrite, lesões cutâneas agudas e semiótica respiratória compatível com derrame pleural no hemitórax esquerdo, sendo posteriormente confirmado por tomografia computadorizada. Diante de tal achado, foi optado por internar a paciente e prosseguir investigação. Realizada toracocentese, sendo o líquido pleural compatível com exsudato e culturas negativas para germes comuns, fungos e micobactérias, além de citologia oncótica negativa. Excluídas tais causas conseguiu-se progredir imunossupressão de forma mais segura e, portanto, prescrita prednisona 0,8mg/kg/dia e metotrexato 20mg/semana. No decorrer dos meses seguintes, a paciente apresentava ainda derrame pleural moderado apesar de doses elevadas de corticoide e metotrexato. Diante da não melhora clínica e radiológica, optamos por nova internação hospitalar para investigação. Neste momento foi, então, realizada videotoracoscopia na qual foram evidenciadas lesões nodulares dolorosas e friáveis na pleura, cuja biópsia (histopatologia e imuno-histoquímica) foi compatível com Linfoma não-Hodgkin de pequenas células B.