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O papel das erosões típicas da Artrite Reumatoide nos critérios ACR/EULAR de 2010: resultados de uma coorte de artrite muito inicial.

Em 2010 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) e a Liga Europeia Contra o Reumatismo (EULAR), desenvolveram um novo critério de classificação para Artrite Reumatoide (AR). Estes critérios tiveram como objetivo identificar pacientes com alto risco de desenvolver doença erosiva e/ou inflamatória persistente no estágio inicial da doença. Pelo fato das erosões serem consideradas uma alteração da doença já estabelecida, estas não foram consideradas pelo grupo de trabalho do ACR/EULAR para o sistema de pontuação. Mais tarde, uma força tarefa, considerou que a presença de 3 ou mais articulações com erosões típicas seriam suficientes para classificar pacientes com AR, com base na doença erosiva vista em radiografias simples (critério de erosão). Este estudo teve como objetivo avaliar até que ponto a definição EULAR de doença erosiva contribui para classificar pacientes como tendo AR de acordo com os critérios ACR/EULAR de 2010 em uma coorte de pacientes com doença muito inicial. Foram observados pacientes do estudo norueguês de artrite muito inicial com articulações edemaciadas e com até 16 semanas de doença, com diagnóstico clínico de AR ou artrite indiferenciada, sendo incluídas radiografias de mãos e pés. Para caracterizar doença erosiva foi utilizada a definição EULAR que acompanhou os critérios de 2010. Calculou-se o número de pacientes classificados como AR com base nos critérios de erosão no início e no seguimento do estudo. Dentre os 289 pacientes incluídos, 120 (41.5%) preencheram os critérios de 2010 para AR, enquanto 15 (5.2%) preencheram apenas o critério de erosão no início do estudo. O acompanhamento radiográfico se deu por 2 anos em 118 pacientes, dos quais 6.8% preencheram os critérios de AR de 2010 e apenas um paciente preencheu o critério de erosão durante o seguimento. Concluindo, poucos pacientes foram classificados como AR com base nos critérios de erosão sem preencher os critérios de AR de 2010. Daqueles que fizeram, quase todos o fizeram na linha de base do estudo, assim os resultados sugerem que as radiografias de acompanhamento em pacientes com artrite indiferenciada podem ser de valor limitado para classificar pacientes com AR. Além disso, dados relativos ao uso de DMCDs (drogas modificadoras do curso da doença) e ao diagnóstico clínico indicam que, apesar de ter erosões no início do estudo, os pacientes com artrite indiferenciada podem acabar com outros diagnósticos clínicos que não AR. Referência: Brinkmann GH, et al. Ann Rheum Dis 2017;76:1911-1914 Autor: Carlos P. Capistrano