Ser ou não ser Reumatologista: pesquisa entre estudantes de medicina belgas e estagiários de medicina interna, e o que pensam os especialistas em Reumatologia sobre o atual programa de treinamento da especialidade.
No Brasil a Reumatologia vem crescendo, mas se compararmos com outras especialidades médicas, ainda ficamos em desvantagem. Em vários países tem havido uma crescente preocupação acerca da diminuição do número de estudantes que escolhem a Reumatologia como especialidade. O objetivo deste estudo de três etapas foi avaliar os fatores motivacionais para os estudantes, e para os formandos de Medicina Interna, para que escolham a reumatologia como uma opção de carreira futura, e a opinião dos reumatologistas experientes sobre as necessidades de mudança no programa de treinamento.
Uma pesquisa online foi distribuída entre os estudantes em formação médica (nos últimos três anos) e estagiários de medicina Interna da Universidade de Ghent e do Hospital Universitário. Todos os participantes eram informados que suas respostas seriam confidenciais e anônimas. As questões avaliadas eram o nível de exposição à clínica reumatológica e a motivação em se tornar reumatologista. Na sequência, os reumatologistas experientes foram questionados sobre as necessidades de mudança na atual formação.
Apenas 11% dos alunos e 17% dos formandos pensaram em se tornar reumatologistas. Não houve diferença na escolha com base no sexo, mas a exposição anterior à especialidade parecia desempenhar um papel importante, principalmente durante os últimos anos antes da escolha da especialidade. Uma minoria dos estudantes (17%) e cerca de metade dos estagiários (45%) nunca foram expostos à Reumatologia.
Nossa especialidade foi considerada uma disciplina fascinante entre os estudantes belgas e os estagiários. A exposição durante os anos pré-especialidade é o mais forte preditor para a escolha da Reumatologia como opção de carreira futura. Na opinião dos reumatologistas experientes, é necessário atualizar o currículo de treinamento, com mais atenção para imagem e medicina física e reabilitação.
Referência: ClinRheumatol (2017)36:2805-2812
Autor: Dr. Carlos P. Capistrano